PORQUE A CONFERÊNCIA MUNDIAL DAS NAÇÕES UNIDAS CONTRA O RACISMO É IMPORTANTE

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A Organização das Nações Unidas é a mais significativa instituição internacional, com um compromisso central de promover os direitos humanos, incluindo o anti-racismo e a anti-discriminação at. O poder das Nações Unidas na promoção dos direitos humanos não foi sempre efetivamente empregado, mas sua lista de conquistas inclui um significante papel no movimento mundial contra o apartheid e no desenvolvimento das redes globais de liderança das mulheres. A Organização das Nações Unidas e o seu potencial são importantes demais para serem ignorados.

Há várias razões que justificam nosso completo e permanente interesse https://armory.korabli.su/ em apoiar e participar do processo da Conferência Mundial das Nações Unidas sobre o racismo (seja nos eventos oficiais ou não-governamentais):

1 – Educação – Estes eventos podem educar um público largamente desinformado sobre a natureza, extensão e conseqüências do racismo e da discriminação, em todo o mundo e nos Estados Unidos. Eles podem ainda servir de tribuna de onde se possa lembrar aos povos do mundo que raça é um conceito socialmente construído e em nada se relaciona com o valor do ser-humano, seu potencial ou capacidade. Os eventos podem ajudar a combater a negação do racismo e a invisibilidade de muitas de suas vítimas.

2 – Mobilização – Os eventos fornecem uma oportunidade de mobilizar diversos grupos afetados pelo racismo e pela discriminação, visando a troca de experiências, informação e idéias sobre racismo e como sobrepujar suas manifestações. Podem também dar oportunidade para as redes anti-racismo que se beneficiariam por estarem ligadas e capacitadas para colaborar umas com as outras sem limitações de nacionalidades. Ativistas de todo o mundo, especialmente das nações ocidentais, estiveram inclinados a confiar incondicionalmente nas estratégias domésticas de combate ao racismo e à discriminação. Com freqüência, trabalham isoladamente. Estes ativistas se beneficiariam através de um conhecimento maior sobre estratégias e abordagens internacionais complementares. Racismo é um fenômeno internacional que requer respostas e compensações em âmbito nacional e internacional.

3 – Desenvolvimento de novas estratégias para responder ao Desenvolvimento transnacional emergente – Muitos dos temas emergentes de relevância para os esforços domésticos no combate à discriminação são internacionais em abrangência e manifestação – globalização, migração, práticas de trabalho, racismo ambiental, uso da internet para a propagação de ódio, etc. A Conferência Mundial e os eventos que a antecedem fornecerão um importante fórum para a difusão destes temas e a promoção da visibilidade das inquietações relacionadas ao racismo e à discriminação entre aqueles que fazem política e que estão envolvidos nas instituições transnacionais e na solução dos problemas.

4 – Fixação de Padrões de Responsabilidade – Mesmo não sendo executáveis em muitas nações, o estatuto dos direitos humanos fixa padrões pelos quais ativistas podem avaliar o comportamento de seus governos e promover uma relação de responsabilidade. O plano de ação da Conferência Mundial poderia estabelecer um novo paradigma para a obediência à Convenção para a Eliminação de todas as formas de discriminação racial e catalizar planejamentos e respostas governamentais.

5 – Alcance de uma audiência nova e mais abrangente – Esta Conferência Mundial será capaz de tirar proveito da Internet para transmitir suas mensagens e resultados para todo o mundo, de uma maneira jamais imaginada até o presente momento. Tem o potencial de alcance que não deve ser somente medido pelo número de representantes governamentais presentes nas reuniões ou pela quantidade de organizações não-governamentais capazes de viajar para a África do Sul.

6 – Cuidado para não transmitir mensagens errôneas – Numa época na qual conferências mundiais sobre meio-ambiente e direitos da mulher têm acontecido com êxito, representaria uma mensagem errônea para os governos e para os povos de todo o mundo a ausência de resultados úteis e significantes de um evento expressamente destinado a discutir o combate ao racismo e à discriminação. E a mensagem seria, entre outras, sobre a importância de se estar constantemente preocupado com tudo e qualquer coisa exceto discriminação com base em raça, etnia, etc.

7 – Ajuda à África do Sul – A África do Sul será o território propício para a Conferência sobre racismo. Este país tem um grande valor simbólico para todos os povos. Caso a Conferência Mundial sobre Racismo seja insuficientemente planejada e executada, este fato resultará em uma desonra num momento em que o país necessita desesperadamente de atrair investimentos estrangeiros, turismo, além de chamar a atenção para as carências de seu povo. Sediar o evento na África do Sul é importante também para desmistificar a noção de que, uma vez que as leis condenando o racismo e a descriminção tenham sido aprovadas, não há motivos para um um trabalho de restauração e compensação para destituir manifestações institucionalizadas – leis e práticas – que são aparentemente neutras mas que, no fundo, beneficiam injustamente alguns grupos em detrimento de outros. Na realidade, parte dos esforços para combater os efeitos do racismo na África do Sul deveriam e poderiam ser um compromisso mundial para "reinvestir" no país e desfazer a herança do apartheid.

8 – Promoção de Articulações entre esforços de Anti-sexismo e Anti-racismo – Mulheres negras são, com freqüência, duplamente desfavorecidas em seus países, experimentando tanto a discriminação por raça quanto por gênero. A Conferência Mundial sobre a Mulher em Beijing e outros eventos não solucionaram totalmente a interseção de raça e gênero, uma tarefa que aguarda pela Conferência Mundial sobre Racismo. Se este evento discutir esse conjunto de temas e alcançar êxito no sentido de popularizar o tema "raça" nas agências da ONU e os esforços concernentes à questão da mulher, ele terá dois efeitos positivos: 1) um aproveitamento da sinergia entre os movimentos anti-racismo e anti-sexismo; e 2) uma valorização de abordagens holística para discutir formas interativas de discriminação.

9 – Intensificação da defesa dos direitos humanos – O processo da Conferência Mundial pode enfatizar a necessidade de os ativistas dos países ocidentais não somente recorrerem à ONU como apoio aos seus interesses de combate ao racismo, mas também a obrigação dos próprios ativistas em usar sua influência e poder na elaboração das leis que os países ocidentais promovem no exterior. Há esforços ininterruptos que falharam amplamente na tentativa de criar "apoios"para um ou outro tipo de implementação de política.

10 – Promoção da construção de um consenso nos Estados Unidos – Nos Estados Unidos, em particular, o processo da Conferência Mundial conta com diversas "clientelas" – mulheres de todas as raças, Latinos, Afro-americanos, indígenas americanos, asiáticos, entre outros – uma oportunidade de se fazer uma causa comum e trabalhar em coalisão. Não é raro que grupos distintos como estes fracassem na tentativa de juntar forças para as realizações através da colaboração e da busca de resultados comuns. O processo da Conferência Mundial – incluindo os encontros preparatórios e as reuniões de ONGs – propicia uma oportunidade maravilhosa para juntar grupos e deliberar a respeito de como construir um futuro compartilhado e funcional e de como investigar a interdependência.

Comparativa de Relações Humanas
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Fundação Sulista de Educação