Objetivos & Atividades
Objetivos
A Iniciativa Comparativa de Relações Humanas estuda as
relações de poder entre pessoas consideradas
"brancas" ou "negras" em função do que se percebe como
"raça" ou "aparência" no Brasil, na África do Sul e nos Estados
Unidos. Exploramos o racismo a utilização de características superficiais para
conferir privilégios a alguns e desvantagens a outros e como ele opera e se
sustenta. Examinamos também razões e maneiras de superar as conseqüências do racismo.
Nosso enfoque é sobretudo nos negros e nos brancos. Isto não significa reificar a categoria "raça" ou desconhecer as experiências de outros grupos que também sofrem formas de preconceito e discriminação nesses países. Ao contrário, o trabalho da Iniciativa enfatiza as ligações entre todas as formas de preconceito. É valioso o estudo detalhado de cada peça do complexo quebra-cabeças das relações humanas nesses países, se queremos entender o todo.
No final, a solução do racismo, do sexismo e de outras formas interligadas e interativas de desigualdade será encontrada em movimentos amplos e multifacetados "novas maiorias" no sentido de assegurar os direitos humanos fundamentais de todas as pessoas. Por esta razão, o objetivo maior da Iniciativa é o de contribuir para dicersos esforços no sentido de desenvolver sociedades mais justas em que a condicão racial, de gênero, étnica, de cor e outros marcadores superficiais da identidade não sejam empregados como critérios para a alocação de bens, benefícios, direitos e oportunidades da sociedade.
Examinamos e comparamos o Brasil, a África do Sul e os Estados Unidos porque eles têm muito em comum. Cada uma dessas nações tem uma população grande e desproporcionalmente pobre de pessoas de ascendência africana e uma história de recusar a essas pessoas, através de meios legais e/ou informais, o desfrute igual de direitos e privilégios. Esses países encontram-se em fases distintas de desenvolvimento e cada um tem características excepcionais; entretanto, todos sofrem de forma crescente as tendências comuns e os rumos transnacionais que estão redimensionando as dinâmicas das relações intergrupais e forçando uma redefinição de identidades, prioridades e interesses. Essas tendências estão criando novos níveis de interdependência global e imperativos de incrementar os esforços de avançar para além do racismo
Atividades
A Iniciativa Comparativa de Relações Humanas teve
início como um projeto da Fundação Sulista de Educação [Southern Education
Foundation] em fins de 1995, quando promoveu uma séria de reuniões informais realizadas
em Atlanta, nas quais destacados intelectuais, militantes e analistas de políticas
públicas discutiram a questão racial, o racismo e a desigualdade nos Estados Unidos, na
Africa do Sul e no Brasil. Logo em seguida, a diretora da Iniciativa, Lynn Huntley, viajou
para cada país, realizando consultas com uma gama ampla de pessoas e de organizações.
Até meados de 1996, a Iniciativa já havia estabelecido uma colaboração operativa com o Instituto para a Democracia na África do Sul (Idasa) e com uma coalizão informal de grupos e indivíduos no Brasil. A Iniciativa também criou um Grupo International de Trabalho e Consultoria (IWAG), composto de destacados homens e mulheres dos três países. Esse Grupo ajudou a orientar a Iniciativa e participa plenamente em todas as suas atividades. A primeira reunião do Grupo foi realizada em Charleston, Estado de Carolina do Sul, EUA, em outubro de 1996.
Após embarcar num estudo da literatura existente, a Iniciativa encomendou um grande número de trabalhos tópicos e comparativos de cada país. Esses trabalhos foram utilizados no desenvolvimento dos relatórios e das publicações correlatas da Iniciativa.
A Iniciativa envolveu algumas centenas de intelectuais, militantes, autoridades governamentais, lideranças comunitárias e representantes do setor privado em consultas realizadas em Atlanta (abril de 1997), Rio de Janeiro (setembro de 1997) e Cidade do Cabo (março de 1998). O Grupo Internacional de Trabalho e Consultoria reuniu-se em outubro de 1998 para elaborar o seu próprio consenso e aprofundar a sua compreensão coletiva da matéria. Em 1999, através de uma pequena equipe e um punhado de consultores, a Iniciativa elaborou as versões finais das Publicações da Iniciativa, que estão disponíveis para download neste site.
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